História
Um pouco de História da Festa das Vindimas de Palmela
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Um pouco de História
Quem, em Palmela, sente aproximar-se o mês de setembro sabe que, muito em breve, pelas ruas, andarão carros a transportar gente para o trabalho das vinhas e uva para os lagares. E sabe também que, com a mesma brevidade, chegará a Festa das Vindimas, já inscrita na rotina da comunidade. A Festa traz à vila o arraial, o corrupio da gente, música nas ruas, cortejos e vinho, muito vinho. Foi em 1963 que se realizou a primeira edição da Festa das Vindimas, para cumprimento do desejo de todos aqueles que sonhavam com uma grande festa anual, que exaltasse os valores e riquezas da região que neste caso são, indiscutivelmente, a Uva e o Vinho. Havia já alguns anos que homens como Álvaro Cardoso e Tito Monteiro partilhavam a vontade da criação de uma festa com este cariz. Tito Monteiro já em 1958 idealiza as festas, chegando mesmo a projetar uma carreta, a qual simbolizaria e anunciaria a Festa das Vindimas de Palmela.
A Primeira Comissão
No ano de 1963 constituiu-se, finalmente, uma comissão à qual aderiram 14 homens, a saber: Álvaro Cardoso, Jacinto Augusto Pereira, José Novaes Carvalho e Silva, Manuel Joaquim Barrocas, Artur Botelho da Silva Donga, Joaquim Augusto Costa, Victor Manuel Barrocas Borrego, Ezequiel Rodrigues Caleira, Ulisses Caetano de Oliveira Machado, João Luís Camolas de Oliveira e Silva, Firmino Camolas Contente, Acácio Ezequiel Chula, Henrique Miranda Rodrigues, Manuel Rodrigues Pinto. As palavras de Manuel Rodrigues Pinto (membro fundador), "sendo os dois primeiros, na altura, Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal, respetivamente, e cuja influência se ficou devendo a oficialização das referidas Festas e o indispensável patrocínio."
O Espírito das Festas: Propaganda e Turismo
Segundo Tito Monteiro, "o espírito desta festa foi criar condições para que os vinhos de Palmela se pudessem promover". Havia que divulgar uma das principais riquezas da região, ou seja, o vinho e os vitivinicultores. Em 1967 Hélder Machado escrevia "apesar das circunstâncias adversas, todavia, e felizmente devemos constatar que em relação a algumas regiões temos progredido de forma bem visível e que podemos continuar a progredir. É de indubitável certeza que a Festa tem contribuído, de forma bastante decisiva, para o desenvolvimento turístico da região, pelo extraordinário número de forasteiros, que atraídos pela sua fama debandam até Palmela."
A Eleição da Rainha
A Rainha, o símbolo feminino da Festa, a representante, segundo Vítor Borrego "da beleza aqui das moças de Palmela", presente em todos os atos da festa, participa no Cortejo Alegórico, ocupando o último carro. É eleita pela primeira vez nas Festas de 1964, no espetáculo de "Eleição e Coroação da Rainha das Vindimas" realizado no primeiro dia do evento. A rainha de 1963 não foi eleita, mas escolhida de entre as várias raparigas que trabalhavam num atelier de costura: no atelier da "Dona Georgina" situado, em Palmela, na Rua de Olivença n.º 1.
O Sagrado impera sobre o Profano
Em 1968, Álvaro Cardoso nota o seguinte: "Fala-se do arraial, discute-se o arraial, se é maior ou mais pequeno, prepara-se o melhor possível o cortejo, faz-se um esforço para que o fogo seja deslumbrante, mas ... o principal, a nosso ver, bem entendido, continua como no 1.° ano das Festas. Esse fulcro, essa razão de ser, é ... a Pisa da Uva onde vamos agradecer a Deus a colheita que nos proporciona e, ao mesmo tempo, pedir-lhe a Sua proteção para as nossas vinhas, que são a principal riqueza dos nossos campos. Cinquenta anos passados e o momento mais importante, embora menos visível, continua a ser a Pisa e Bênção do Primeiro Mosto, prova de que o sagrado impera sobre o profano."
Tradições da Festa
Os elementos que fazem da Festa das Vindimas um evento único
O Arraial
Anuncia a presença das Festas e, se bem concebido, descreve a sua temática. Daí a sua grande importância no sucesso destes festejos, já que parece haver um grande esforço, por parte das várias comissões, para que os ornamentos sejam adequados.
O Fogo de Artifício
Durante todos os dias de festa, a vila é acordada com uma salva de morteiros. Sábado, domingo e terça eram os dias dos fogos, sendo o de terça-feira, dia de encerramento, o mais espetacular.
A Pisa da Uva
O momento mais importante, embora menos visível, continua a ser a Pisa e Bênção do Primeiro Mosto. O mosto analisado é colocado em pequenos barris que são levados até a igreja na celebração da missa.
Marcos Históricos
Uma cronologia dos momentos mais importantes da Festa das Vindimas
Tito Monteiro idealiza as festas e projeta uma carreta
Primeira edição da Festa das Vindimas
Primeira eleição da Rainha das Vindimas
Programa da Festa com verbena e feira franca
Festa atrai dezenas de milhares de turistas
Dilar Fragoso é Rainha das Vindimas
Consolidação da tradição da Pisa da Uva
Expansão do evento para 5 dias
Modernização mantendo tradições
62ª edição da Festa das Vindimas
Património Cultural
A Festa das Vindimas como elemento do património cultural imaterial
Tradição
Preserva técnicas ancestrais de vinificação e celebrações tradicionais
Comunidade
Fortalece os laços comunitários e promove a identidade regional
Turismo
Atrai visitantes e promove o desenvolvimento económico da região